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Quaresma: Esmola, Oração e Jejum

Com a graça de Deus, iniciamos o instrutivo Tempo da Quaresma. A rica tradição litúrgica e espiritual da Igreja Católica desenvolveu-se, preparou e oferece um abundante alimento, principalmente nos tempos fortes do Ano Litúrgico, como é o Tempo Quaresmal. O que propõe a Quaresma? Esmola, Oração e Jejum.

A esmola: é a atitude de abertura. Não é a moedinha doada a um pedinte que passa. Também não é doar algo que está sobrando. É muito mais do que isto.  Deve-se entender a prática da esmola como sendo a abertura, em mim, para que a outra pessoa possa entrar.  É a abertura, em mim, que combate o egoísmo, o auto centrismo e o narcisismo e me permite voltar para o outro, a fim de conhecer, acolher e servir. É dar espaço ao altruísmo, à solidariedade, à fraternidade.

A oração: é a atitude de abertura para as coisas espirituais.  É abertura ao Senhor, é a prática da busca pelas coisas que não passam. Uma certa tradição espiritual ensina que “a oração é uma questão de amor”.  Se alguém ama o Senhor, então ora. Quando se ama, deseja-se “ficar” com a pessoa amada (cf. Cl 10,39), em silêncio, na companhia dela ou ouvindo-a.

O jejum: é muito mais do que comer menos na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão. Jejum é a prática do autodomínio. Há muitas coisas que atraem e dominam o ser humano. De todas, com a maior força de atração, encontra-se a comida. E sua atração é tão forte que a comida chega a ser devorada. Quem se exercita na prática do jejum, aplica-se no domínio dos instintos da fome, daí passa a dominar os outros instintos, como a agressividade e a pulsão sexual. Assim sendo, durante a Quaresma, exercitar-se na prática da esmola poderá traduzir-se em mais atenção para com as pessoas, começando pelas   mais   próximas   até   as   mais   distantes.

Atenção, conhecimento, disposição para servir, conforme a realidade e as possibilidades. Exercitar-se na prática da oração poderá traduzir-se numa atenta auto avaliação a respeito de seu amor para   com   o   Senhor. Em seguida, pode-se tomar o firme propósito de começar pelo básico até chegar a progredir, como por exemplo: trabalhar as disposições interiores, a fim de ser fiel à oração de cada dia, mesmo que seja pequenina, e à participação na Missa dominical. E o quanto possível, rezar a Via-sacra.

Exercitar-se na prática do jejum poderá traduzir-se em fazer pequenas renúncias e abstinências, bem como a aplicação em pequenas boas obras. Por exemplo: a renúncia a um gasto em vista do gozo pessoal e a destinação do mesmo valor a uma obra de caridade. A renúncia de um certo descanso para concluir um trabalho que faz tempo está esperando. Ou ainda, a renúncia a fazer um comentário negativo sobre alguém ou algo e procurar descobrir o que há de positivo neste alguém ou algo.

Padre Eli Lobato dos Santos, scj
Pároco e Reitor do Santuário São Judas Tadeu

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