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A Festa de São José Operário no Ano de São José

Neste 1º de Maio, saudamos festivamente a todos os trabalhadores empenhados em construir a riqueza e futuro do nosso país e sustentar honestamente suas famílias. O trabalho valoriza e dignifica a pessoa, aperfeiçoa e prolonga a obra do Criador, cuja grandeza e harmonia admiramos. Trabalhando, desenvolvemos qualidades e potencialidades pessoais presentes em nós, mas nem sempre devidamente aproveitadas e exploradas, em benefício dos outros; pois dependemos uns dos outros e servimo-nos uns aos outros com o produto de nosso trabalho.

Deus sabiamente fez o homem e a mulher à sua imagem e semelhança. Deu-lhes inteligência para compreender e força de vontade para realizar. E confiou a maravilha do universo a seus cuidados: “Submetam a terra, fazendo-a produzir, explorem a natureza em benefício do homem, governem o mundo com justiça e solidariedade.” Portanto, somos corresponsáveis em cuidar bem do planeta terra, nossa casa comum, colocando tudo a serviço da humanidade e do bem-estar dos homens, criando melhor qualidade de vida para todos.

São José era um homem justo e temente a Deus, foi escolhido para ser o esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus Salvador. Foi o último dos Patriarcas e fez a ligação entre o Antigo e Novo Testamento. Era conhecido como o carpinteiro de Nazaré, pela honestidade com que exercia sua profissão para sustentar a sua família. Era guardião da Sagrada Família, totalmente dedicado ao menino e à sua mãe.

Hoje é reconhecido como guardião das famílias cristãs e a piedade popular o  invoca como padroeiro da boa morte.

Com verdadeiro coração de pai amou Jesus e influenciou sua formação na área profissional de carpinteiro, inseriu-o na fé e cultura de Israel, na história e piedade do povo, introduziu-o no culto da Sinagoga e no conhecimento das Escrituras. Neste ambiente de família, de cultura do povo e do judaísmo, Jesus cumpriu sua missão de Salvador da humanidade, anunciando o reino de Deus, proclamando a boa nova da salvação e deu sua vida na cruz para fazer a vontade do Pai e salvar os homens.

Silencioso e discreto, São José vivia sua missão. Não há uma palavra sua registrada nos evangelhos. Recebia, ouvia as mensagens divinas e cumpria as ordens, sem questionar. Exerceu  uma missão primordial na história da salvação. Próximo de Jesus e da Virgem Maria, assumiu a paternidade do menino, dando-lhe origem legal, como descendente de Davi. Cumprindo fielmente sua missão, ele merece nossa maior devoção e confiança total e um destaque especial no Magistério da Igreja. O Papa Pio IX, em 08 de Dezembro de 1870, o proclamou Padroeiro da Igreja Católica. Não se conhece seu estado civil, nem sua idade. Faleceu antes de Jesus iniciar seu ministério público de anunciar o reino de Deus e proclamar a boa nova da salvação aos homens.

Por ocasião do 150º aniversário da proclamação de São José como Padroeiro da Igreja Católica, o Papa Francisco assinou, em 08/12/2020, a Carta Apostólica: “Patris Corde”(com coração de pai), instituindo o “ANO DE SÃO JOSÉ” para incentivar o amor a São José, implorar sua intercessão e imitar sua virtudes.Com coração de pai, José amou Jesus, embora soubesse que o menino não era filho seu, mas a Divina Providência o confiara a seus cuidados. O Papa oferece uma belíssima reflexão sobre a figura de São José, apresentando-o como: Pai amado, Pai na ternura, Pai na obediência, Pai no acolhimento, Pai na coragem criativa, Pai trabalhador, Pai na sombra. Itens que merecem uma partilha especial de todos nós, seus devotos.

O Papa Pio XII, em 01 de maio de 1955, instituiu a festa de São José Operário, no contexto da Festa Universal do Trabalho, dando um patrono/protetor aos trabalhadores e um sentido cristão ao Mundo do Trabalho. A festa de São José Operário e o Ano de São José, em curso, nos oferecem uma ocasião para ler, refletir e aprofundar as Encíclicas Sociais da Igreja: Rerum Novarum, Mater et Magistra, Populorum Progressio… e demais documentos do Magistério da Igreja, que tratam de questões sociais.

Nosso quotidiano fala de desemprego, talvez l4 a l5 milhões, cifra que cresce com a pandemia. Preocupa a falta de trabalho para jovens, pessoas, famílias, a pouca valorização do trabalho da mulher, o descaso com aposentados e idosos. Cabe criar e oferecer oportunidades de trabalho, possibilitar a distribuição de rendas, promover a justiça social, resgatar o salário mínimo, as aposentadorias e pensões, ainda muito aquém das necessidades da população. Fica difícil pensar e falar em democracia, se há desemprego, subemprego, trabalho infantil ou até escravo. Alguém desempregado na família cria insegurança. Fala-se em milhares de carteiras  profissionais assinadas ultimamente, mas o trabalho informal continua e se alastra pelas ruas e praças nos centros urbanos.  Lamenta-se a inércia da sociedade e a omissão do poder público nessa situação.

Na retina dos olhos e da memória se conservam notícias e imagens da onda de corrupções presentes em todas as esferas do poder público. Assusta o uso da máquina governamental para beneficiar os detentores do poder. E, aí, faltam recursos para saúde, educação, moradia, transportes e hospitais, em situações precárias, largados e totalmente abandonados, em pleno tempo de pandemia da Covi-19… e milhares de vidas se perdendo.

O Papa João Paulo II condenava o sistema neoliberal, que considerava o lucro e as leis do mercado como parâmetros absolutos, em detrimento da dignidade e respeito à pessoa e ao povo trabalhador. Numa hierarquia de valores, a pessoa do trabalhador está acima do trabalho, da produção e do lucro.Com nosso trabalho queremos glorificar a Deus, servir aos irmãos, elevar o padrão de vida do povo, construir um mundo novo e diminuir a multidão dos excluídos e desempregados.

A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) leva a reivindicar nossos direitos de trabalhadores, sem esquecer de cumprir nossos deveres. A consciência cristã nos força à esta coerência de atitudes.

Que São José, carpinteiro de Nazaré e Nossa Senhora Aparecida mãe, rainha e padroeira, abençoem hoje e sempre, todos os trabalhadores do Brasil, E pedimos: “Nas necessidades materiais e espirituais, valei-nos São José!” Com São José nada falha! São José Operário, rogai por nós e pelos trabalhadores, hoje e sempre.

 

Pe. Aloísio Knob, scj

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