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Testemunhas de Jesus com São Judas Tadeu, missionário

Palavras como “apóstolo e missionário” são equivalentes. A primeira vem da língua grega, a segunda, do latim. A palavra missão não é exclusiva da vida da Igreja. Falamos em missão espacial, missão militar, missão diplomática… Significa que alguém, pessoa ou grupo, é enviado para cumprir determinada tarefa a serviço da autoridade que envia.

A nossa Igreja é missionária. Isto não deveria ser um simples adjetivo, como quando dizemos: esta casa é bonita; nem todas são bonitas. Nem deveria ser uma dimensão a mais da Igreja, ao lado de outras. A Igreja é toda missionária, e sempre. Assim foi desde o início.

Mas parece que as últimas gerações de cristãos não assimilaram isso muito a fundo, sobretudo nos países de maioria católica. Ser missionário, para um considerável grupo de fiéis, ainda soa a tarefa para os padres e as religiosas. Como se não fosse para todos.

No início, Igreja e missão se identificavam e complementavam. Quem entrava na comunidade dos seguidores de Cristo convidava outros a conhecê-lo. Partilhava com outros os seus sentimentos e convicções a respeito de Jesus e as razões da sua adesão. Falava da sua experiência de encontro com o Salvador, Mestre e Pastor. Testemunhava Jesus Cristo, seu amor e seu ensino.

Graças a Deus, é assim em vários países pelo mundo afora, especialmente naqueles de evangelização mais recente, em que os católicos crescem em número, pelo testemunho de Jesus que os próprios fiéis dão, junto com os seus evangelizadores. Aí se verifica o mandato de Jesus aos primeiros apóstolos: “Recebereis o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, na Judeia, na Samaria e até os confins da terra” (At 1,8).

Se consideramos o percurso missionário de São Judas Tadeu, nosso padroeiro, vemos que ele viveu plenamente esse dom do Espírito. No Devocionário divulgado pelo nosso Santuário, podemos saber, por um relato de um historiador grego, que Judas Tadeu iniciou a sua missão na Galileia, depois de receber o dom do Espírito Santo. Passou para a Samaria e a Idumeia e outras localidades de população judaica.

Pelo ano 50, tomou parte no primeiro Concílio Ecumênico, o de Jerusalém. Em seguida foi evangelizar a Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia. Só um grande ardor missionário podia permitir que, nas condições do seu tempo, um homem fosse capaz de andar em tantos e tão diferentes países e culturas para dar testemunho do Mestre e Salvador.

Na Pérsia recebeu a companhia de outro apóstolo, Simão. Juntos continuaram a evangelizar, com o exemplo pessoal e comunitário, demonstrando plena coerência entre o que praticavam e anunciavam. E esta é uma característica essencial de todo testemunho. Tinham aprendido de Jesus que deviam estar unidos, como Jesus e o Pai, para que o mundo creia (cf Jo 17,21).

Muitos vieram a crer, a ponto de os pagãos se sentirem incomodados e irritados, decidindo impedi-los de prosseguir na sua missão. Mas não se deixaram intimidar e não desistiram. Daí a prisão e o martírio na própria Pérsia. O martírio é o mais alto testemunho. É identificação com Cristo também no entregar a vida, por amor. As suas imagens, como as conhecemos hoje, os apresentam com os prováveis instrumentos da sua decapitação.

Demos graças a Deus pela fidelidade e perseverança dos Apóstolos até o fim. E, ao celebrar em outubro o mês missionário, a Novena e o 28 Maior, peçamos a graça de também sermos coerentes no nosso modo de ser seguidores de Jesus. Queiramos, nós e todos os católicos de hoje, aprender deles, a ser missionários, isto é, testemunhas de Jesus para as pessoas com as quais convivemos. São Judas Tadeu e São Simão, intercedam por nós.

Pe. Cláudio Weber,scj

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