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Dom Odilo encontra-se com os agentes de pastoral do Santuário

Nesta quinta-feira, dia 27 de julho, após um dia com muitos encontros e partilhas no Santuário São Judas Tadeu, em sua visita pastoral, o Cardeal Dom Odilo Scherer reuniu-se com representantes das Pastorais, movimentos e serviços do Santuário.

Os agentes das seguintes pastorais apresentaram resumidamente seus trabalhos, a saber: Pastoral Familiar, Escola de Teologia para Leigos, Pastoral do Batismo, Curso de Aprofundamento da Fé, CAJU- Casa da Juventude, ECC – Encontro de Casais com Cristo (que no Santuário está em sua 115ª Edição), SAV-Serviço de Animação Vocacional, Apostolado da Oração, Serviço Voluntário de Psicologia, Pastoral do Empreendedor, Pastoral da Crisma, Pastoral da Acolhida, Pastoral da Coleta, Movimento de Valorização Humana, Pastoral Litúrgica, Serviço de Voluntariado, Comunicação, Pastoral dos Coroinhas, Acólitos e Cerimoniários, Pastoral da Saúde, Leigos Dehonianos, Catequese Primeira Eucaristia, Catequese de Adultos, Ministros extraordinários da Eucaristia, EJC-Encontro de Casais com Cristo, Comunidade Eucarística, Comunidade Sagrada Família de Nazaré.

Após essa apresentação dos leigos engajados em nossa comunidade, o Pároco e Reitor, Pe. Daniel Aparecido de Campos,scj disse, dirigindo-se a eles: “Sou muito grato a todos vocês. Esse Santuário está em pé por essas pessoas que trabalham e dão o sangue aqui, com tanta dedicação. O meu muito obrigado!”

Em seguida, com a palavra, o Pastor da Arquidiocese de São Paulo, aos agentes de pastoral do Santuário:

“Quanta coisa boa vocês fazem! Há muita vida no Santuário, no conjunto desta Paróquia. Existe o Santuário e existe a Paróquia. O Santuário é a igreja. É a igreja paroquial. Paróquia e Santuário. A Paróquia é mais do que a igreja paroquial, e o templo é o Santuário.

Pela fluência do povo devoto de São Judas Tadeu, aqui é local de muitas demandas. E isso suscita tantas iniciativas voltadas para o âmbito da caridade. Bastante também para o âmbito de formação cristã, para a evangelização e isso é muito importante. Precisa ter! O povo precisa ter a oportunidade de crescer na fé, fincar raízes. A formação da maioria dos católicos é muito genérica… é preciso que hajam muitas iniciativas de formação, de celebração litúrgica bem celebrada. São três as grandes dimensões necessárias:

A proclamação da Palavra, que é a dimensão da evangelização, para que as pessoas perseverem na fé e haja a santificação. Tudo o que contribuir para que ela aconteça. A dimensão da caridade é a do cuidado do pastor com as suas ovelhas. Não pode faltar. O Bom Pastor zela, vai atrás da ovelha perdida, cuida das necessidades das ovelhas… Essa dimensão é a do incentivo à caridade, da pastoral da caridade organizada. Vocês possuem a Obra Social, que é uma grande obra que agrega tantas iniciativas de apoio à caridade. A pastoral da caridade organizada existe para isso. Hoje é expressão concreta da presença de Jesus Cristo, que aqui e agora continua a agir através da Igreja e a sua missão. Todo cristão batizado é profeta, sacerdote e rei e isso se expressa na vida da Igreja. Vocês tem essas três dimensões da missão e vida da Igreja.

Por ser Santuário, vocês são santificadores. As pessoas procuram o Santuário para a confissão, a missa, para uma bênção… O Papa Francisco quando escreveu a Exortação Evangelii Gaudium de 2013 falou que os Santuários são muito importantes na vida das grandes cidades, metrópoles como São Paulo, locais marcados pelo frenesi, estresse, violência, pressão… E muitas feridas, solidão. Os Santuário são como oásis no meio do deserto humano. As pessoas querem descobrir o sentido de suas vidas no refúgio da Igreja. O Santuário desempenha papel importante de ser águia fresca, sombra, lugar de descanso para a pessoa se refazer. Para simplesmente se sentar no banco e estar com Deus. Esse sentido do Santuário e de modo geral das igrejas é especial… Pense em tudo o que você pode fazer para ajudar essas pessoas a encontrar o sentido da vida e a presença de Deus, pois isso é muito importante na vida de um Santuário.

Reflexões para suscitar em nós o Sínodo que está repercutindo e revelou a vida da Igreja na cidade. A reconstrução das Pastorais para propor diretrizes para a vida pastoral da Arquidiocese.

Vocês já leram a Carta Pastoral sobre o 1º Sínodo?

Na primeira parte há diretrizes com questões que precisamos ter em consideração. Propôs um caminho para redescobrir o sentido de ser Igreja. Estamos no piloto automático e se não refizer a dimensão missionária nas igrejas e comunidades, logo os bancos das igrejas estarão vazios. Ordinariamente quantos católicos aparecem nas missas? 5% vão à missa dominical em São Paulo. 20% ou 25% frequentam uma vez ou outra. 30% frequentam de alguma maneira. Mas 70% dos católicos não frequentam a Igreja. Como pode?

Os números de batizados despencaram enormemente, não porque estão nascendo menos crianças, mas porque 50% das crianças nascidas em lares católicos não são batizadas. Não participam da Igreja. A maioria que não foi batizada não vaio se apresentar. E dos batizados, poucos vão se apresentar para a catequese, não se crismam, não se casam na Igreja… Já hoje os casamentos não acontecem com frequência, nem no civil. Menos de 50%. O que vamos fazer? O que podemos fazer?

Sentido missionário! Deve ser de todos a preocupação para ajudar nossos irmãos e irmãs para que sejam atraídos para a fé, para a prática da fé. A acolhida é o meio.

Uma boa experiência na Igreja, ao receber uma bênção bem feita, vai ajudar a dar um passo seguinte para a pessoa se reaproximar da Igreja? Façam! Não é simplesmente fazer mais do mesmo! A dimensão missionária não pode ser esquecida!

A Conferência de Aparecida, fortemente marcada pela tônica missionária, diz que a Igreja não pode ficar apenas na pastoral de mera conservação, mas abrir a vida eclesial ao horizonte missionário. Infelizmente essa queda do catolicismo praticante é realidade em toda a América Latina, caminhando em direção à Europa.

Comunhão eclesial e pertencimento

Questões fundamentais para implementar o Sínodo é viver a comunhão eclesial! Nada de divisão, picuinhas, ciúmes. E às vezes a política torna-se mais importante do que a fé. A união dos cristãos católicos é a coisa mais valiosa. Viver e cultivar a comunhão eclesial.

O pertencimento, uma identidade católica. Pertencemos à Igreja de um Apóstolo. Sempre na doutrina dos Apóstolos. É preciso uma conversão pessoal e missionária.

Vamos formar mais missionários em nossas comunidades eclesiais. Às vezes há a cultura onde a Igreja é vista como um mercado de consumo religioso.  Nossas Paróquias não podem ser lugar de consumo, mas de vivência dos bens de Deus. Expressão de fé, para a comunhão, participação e missão. Para dizermos: eu sou parte, sou membro da Igreja. É preciso redescobrir o sentido de PERTENÇA à Igreja. Somos parte. Os Padres sozinhos não são a Igreja. A Igreja é comunidade de batizados caminhando com Cristo. Todos participam a partir do Batismo. Todos participam dos bens da Palavra de Deus, da fé, dos Sacramentos, da Esperança Cristã, do Amor de Deus vivenciado sacramentalmente.

Vivência como comunidade

É preciso valorizar a Liturgia, especialmente do domingo, dia do Senhor. Domingo não é valorizado como Dia do Senhor. Deve-se revalorizar como manifestação de fé, expressão alegre da nossa fé. Grande parte do nosso serviço pastoral gira em torno do sábado e domingo. Caridade é sempre. Vamos valorizar e aproveitar mais o domingo, em comunidade. Para assim, revalorizar a família. As famílias sempre tiveram problemas, mas conservaram os eu valor. É do ser humano, não anjos. Toda família tem algo de bom. Família e Igreja andam juntas. Desoneramos a família cristã do seu papel. Quando o casal assume o compromisso de vida cristã, no matrimônio, diz que irá transmitir aos filhos essa fé, prometem no altar que irão educar na fé, e essa é missão da família de transmitir a fé. Valorizem a família como Igreja doméstica!  Não deixar de lado, mas valorizar! Preparar animadores de vida eclesial, agentes de pastoral com formação.

É preciso uma comunicação evangelizadora. A própria Igreja é comunicadora, pois tudo comunica, bem ou mal. As pessoas que trabalham nas pastorais passam uma boa mensagem da Igreja, ou não, através da sua própria imagem. Os leigos são testemunhas de Deus nas cidades. Estão na Igreja, mas também inseridos na vida social comunicando Jesus e o seu Evangelho de vida e salvação.

E o que precisamos fazer? Nesta Carta pastoral vocês podem refletir e depois levantar propostas e propósitos nas diversas áreas pastorais e ver como irão implementar. Levantando novas perguntas: ver, ouvir, perceber e como deveríamos estar. A proposta pós sínodo quer colocar a reflexão para todos darmos passos adiante na vida e missão da Igreja em nossa Arquidiocese. Sem mentalidade imediatista.

As coisas são absorvidas, acolhidas, a seu tempo. É um processo de mudança de cultura. Se atingir os 70% que estão afastados está bom, tem que melhorar algo. Se atingir 30% já vai valer a pena. Dar passos, não ficar parado. Com esperança! Para a planta crescer, é preciso paciência.” Finalizou o Arcebispo.

Ao final dessas palavras, o Padre Daniel agradeceu a Dom Odilo pela partilha. Agradeceu também a presença de todos os representantes das Pastorais e pediu para ficarem na sala os coordenadores dos pilares. Dom Odilo disse finalmente que “foi muito bom ouvir os que representam muitos outros irmãos trabalhando na Igreja, pelo bem do Reino. Continuem firmes com a graça de Deus e o fruto virá!”

 

Texto e fotos: Priscila Thomé Nuzzi

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