07 jun Tão sublime Sacramento: A Solenidade de Corpus Christi e a Eucaristia
Aproxima-se a Solenidade de Corpus Christi, que, neste ano, será celebrada no dia 08 de junho. Mas, afinal, de que se trata nesta celebração? “Corpus Christi” é uma expressão latina que se traduz literalmente como “Corpo de Cristo”. Esta solenidade, portanto, é um momento no qual os católicos celebram a Divina Eucaristia de modo ainda mais solene, recordando-se, através da Sagrada Liturgia, daquilo que a Igreja tem de mais precioso: a presença real de Cristo nesse tão sublime sacramento.
A Solenidade em questão foi instituída pelo papa Urbano IV, em 1264. Segundo o que comumente se diz, as razões, que fizeram com que a instituísse, foram duas: uma experiência mística de Santa Juliana, em 1209, na qual ela foi agraciada com a visão da lua atravessada por uma faixa escura; a lua representava a vida terrena da Igreja, mas a faixa que a cortava indicava a ausência de uma festa litúrgica para a recordação do Diviníssimo Sacramento, a Eucaristia.
A moção interior oriunda de tal visão pedia da santa, e, através dela, da Igreja, uma festa litúrgica, a fim de aumentar a fé nesse sacramento, fazer com que os fiéis progredissem na prática das virtudes e reparar as ofensas cometidas contra a Eucaristia. A segunda razão foi o milagre que ocorrera no ano anterior à instituição da solenidade: na cidade italiana de Bolsena, um padre piedoso, mas com dúvidas em seu coração sobre a presença real de Cristo na Sagrada Hóstia, pouco antes de dizer as palavras da consagração, deu-se conta de que da hóstia jorrava sangue, o que o forçou a suspender a missa e partir para a cidade vizinha de Orvieto, onde vivia o Papa, para mostrar-lhe o acontecido; ao encontrar-se com a hóstia sangrando, o Papa ajoelhou-se e, extasiado, prestou-lhe adoração.
Hoje, o que se pretende fazer, através da celebração da Solenidade de Corpus Christi, é, justamente o que sentiu Santa Juliana ser a vontade de Deus: aumentar a fé do povo católico, reparar as ofensas feitas à eucaristia e fazer com que, alimentados por esse pão da vida, os cristãos progridam na virtude. Corpus Christi tem, também, um caráter missionário e de testemunho cristão, afinal, é o único dia no ano em que saímos com Jesus Eucarístico às ruas, professando publicamente nossa fé, prestando culto a Nosso Senhor, presente em corpo, sangue, alma e divindade na Eucaristia.
É sempre válido recordar a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja e na nossa própria experiência de fé. S. João Paulo II, em 2003, o afirmou, quando disse que “a Igreja vive da Eucaristia”. Segundo ele, “esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja”. Se a Igreja vive da Eucaristia e no corpo da Igreja estamos inseridos, a Eucaristia é e precisa continuar sendo o centro, também, da nossa vida pessoal de fé. No Batismo, somos inseridos no Corpo de Cristo; na Eucaristia, é o próprio Corpo de Cristo que se insere em nós. Não é verdadeiramente católico quem não coloca a Santíssima Eucaristia no centro de sua vida.
Essas considerações são importantes, porque nos fazem perceber algumas coisas práticas nas quais podemos avançar, a nível pessoal e como comunidade:
– Primeiramente, dar à Eucaristia o respeito que ela merece, tratando-a com a dignidade que exige. Neste sentido, ao entrar em uma Igreja, antes mesmo de saudar as imagens dos santos, de iniciar a nossa oração, de fazer uma prece, devemos prestar nossa reverência ao Corpo de Cristo, presente no sacrário, fazer-lhe nossa adoração, dar-nos conta de que Deus está realmente presente na Divina Eucaristia. A imagem do padroeiro, por exemplo, por mais apreciada que seja, é simplesmente um símbolo, um instrumento que produz nos fiéis a memória de alguém que viveu uma vida santa e que, inserido no mistério de Cristo, é capaz de interceder por nós; a Eucaristia é muito mais do que isso: não é lembrança remota, é a presença atual de Cristo, é Deus que, outra vez e sempre, se faz Deus-Conosco e insiste em permanecer na vida da Igreja, que oferece pão e vinho “em sua memória”. Quando tomamos consciência de que, após a consagração das espécies eucarísticas, já não são mais pão e vinho, mas o corpo e o sangue do Senhor, entendemos a razão de nos prepararmos bem para receber este sacramento, de comungar devotamente à frente do ministro que nos dá a Eucaristia, de respeitar a exigência da Igreja de que se faça o jejum eucarístico, de encontrar um momento na semana para passar pela Igreja e fazer um momento de adoração.
– À eucaristia dá-se acertadamente o nome de “comunhão”, que é justamente o efeito que produz: uma comunhão de corpo e alma com o Cristo que recebemos e que, no momento da comunhão, portamos dentro de nós; comunhão, também, com os nossos irmãos de fé, porque todos os que comemos deste único pão fazemos parte do mesmo Corpo de Cristo: “não é verdade que o cálice da bênção que abençoamos é a comunhão do sangue de Cristo? Acaso o pão que partimos não é nossa participação no Corpo de Cristo? Como há somente um pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão” (1 Cor 10,16-17). Neste sentido, nós, que recebemos a comunhão, devemos ser agentes de comunhão, no esforço contínuo de vivermos reconciliados. Não comungo o Cristo numa atitude intimista e indiferente à dor e ao drama existencial dos demais, mas consciente de que o Corpo de Cristo, Eucaristia, me insere no Corpo de Cristo, que é a Igreja, comunidade eucarística.
Que esta solenidade de Corpus Christi suscite em nós um renovado amor pela Eucaristia e que nossa vida seja, uma verdadeira “eucaristia” (do grego: eu, “bem” + kharizesthai, “demonstrar agrado, gratidão, dar graças”), uma ação de graças que prestamos, com o pão cotidiano da nossa vida, ao Deus da Vida, que se faz pão.
Diác. Renato Vieira Lima, scj
Ana Cristina Coutinho Strohmenger
Postado em 15:42h, 08 junhoEstive na celebração e tive a oportunidade de não apenas aprofindar a minga comunhão com Deus, mas também de refletir através das sábias palavras e conhecimentos transmitidos pelo pároco wue presidia a Santa Missa como nós fiéis somos afetados pelas mudanças de comportamento e modismos ditados por um mundo paralelo, onde o senso comum acaba por nos distanciar de nossa natureza original que é espiritual e de amor fraternal para com nossos irmãos . Achei a pregação um verdadeiro convite para a compreensão da verdadeira eucaristia e União com Cristo, Nosso Senhor e Salvador eterno.
Santuário São Judas Tadeu
Postado em 12:44h, 09 junhoMuito obrigada pela partilha, Ana Cristina. É realmente emocionante perceber a fé das pessoas. Sinta-se sempre bem vinda em nosso Santuário!
Aparecida Yoshiko Fukuda
Postado em 17:22h, 08 junhoParabéns ao diácono Renato Vieira Lima scj, que a Solenidade suscite mesmo em nossos corações o amor ao Amor . Não só no Altar ,
Não só ao receber o Corpo Sagrado nas santas missas , mas que sintamos a presença Real de Jesus Cristo ao passarmos diante do Sacrário .
Rosangela Pereira
Postado em 07:23h, 09 junhoSegui a procissão após a missa com minha mãe que tem Alzheimer e é emocionante vê lá participar ativamente dos rituais da igreja, uma coisa pouco comum, pois a doença rouba memória e concentração. Ela fez uma observação: que bonita essa homenagem nas ruas, se cantassem músicas mais conhecidas,eu teria cantado todas.
Momentos de total lucidez em comunhão com Cristo e os irmãos. Gratidão.
Santuário São Judas Tadeu
Postado em 12:40h, 09 junhoEmocionante sua partilha, Rosangela. Sejam sempre bem vindas ao Santuário!
Patrícia María de Souza
Postado em 09:49h, 09 junhoBom dia!!
Participei da Missa de 15 h e da Procissão pela primeira vez, pois sempre vou para a minha Cidade, em Minas Gerais ou acompanhava aqui no Centro, na Catedral da Sé. Fiquei muito feliz por ver a quantidade de pessoas na Igreja e na Procissão, os altares, pessoas como eu, rezando o Terço, vi uma senhora com uma vela acesa!! Amei!! Graças e louvores se deem a todo momento, ao Santíssimo e Divinissimo Sacramento!! 🙇🙏❤️💙👏👏👏👏
Santuário São Judas Tadeu
Postado em 09:55h, 09 junhoOlá, Patrícia! Ficamos muito felizes pela sua partilha. Seja sempre bem vinda ao Santuário São Judas Tadeu. Deus a abençoe!