04 fev A Unção dos Enfermos
Experimentamos em nossa vida os limites da doença e da velhice. Deus, que nos acompanha sempre, está do nosso lado com sua graça, através do sacramento da Unção dos Enfermos. Todos experimentamos a dor em nossa vida, também Jesus, que veio a esse mundo para que todos tenham vida.
Ele teve um carinho especial para com os doentes e fracos. A Igreja continua a ação de Jesus em favor dos doentes, especialmente com o sacramento da Unção dos Enfermos.
“O sacramento dos Enfermos tem por objetivo ajudar o doente e os seus a viver seus sentimentos e a descobrir na doença e na morte um Dom e uma esperança que vem de Deus”.
Jesus e a doença
No tempo de Jesus, a doença era tida como maldição. Jesus colocou-se contrário a esta mentalidade: curou muitos doentes e de todos os males. Jesus restituiu, ao mesmo tempo a saúde e a paz. Seus discípulos foram convidados a fazer o mesmo. A comunidade primitiva viveu com intensidade esse sacramento.
Com o tempo, esse sacramento que era dado para restituir a saúde aos doentes, foi sendo ministrado apenas aos “moribundos inconscientes”, como uma espécie de passaporte para a eternidade. Houve uma redução demasiada da Unção dos enfermos, que passou a ser chamada de Extrema-Unção, a partir do século XII.
O concílio de Trento explica que este sacramento se chama extrema unção por ser o último da lista e por este ser administrado em último lugar. Mas na cabeça do povo, o sentido que ficou foi outro: este é o sacramento do fim da vida.
A doença é como uma prova: somos colocados frente ao ministério da vida e da morte. Aparentemente a doença é um mal. Mas pode se tornar um bem. Com ela podemos reconhecer nossa pequenez humana. Também com ela podemos reconhecer o Dom da vida e da saúde.
O respeito ao enfermo
A doença não diminui a dignidade da pessoa humana, criada à imagem de Deus (Gn 1, 26) e chamada a comunhão de vida com este mesmo Deus e com os irmãos em Cristo, o filho e o Irmão.
Os doentes são sinais e imagens, além disso, do Cristo Jesus, pois servir aos doentes é servir ao próprio Jesus em seus membros sofredores: “estive enfermo e me visitantes… Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim fizestes” (Mt 25, 36-40).
Efeitos do sacramentos dos enfermos
A presença de Cristo leva o doente ao conforto e a esperança. Na hora da dor ou da velhice, quando tantas vezes o peso da desesperança torna-se forte, o conforto da presença do Cristo é fundamental para dar coragem. Assim o doente não se sentirá abandonado. Ainda o perdão dos pecados, sobretudo em casos de impossibilidade de confissão trazem alento novo a vida do enfermo. Há casos em que a saúde física se restabelece.
Quando se pode receber o sacramento da unção?
Quando a pessoa estiver em doença grave, deve chamar o sacerdote e não esperar até que esteja “no fim”. Quando a pessoa estiver idosa, também poderá receber este sacramento, pois a velhice, em muitos casos, é um sofrimento. Ainda antes de uma cirurgia grave e para crianças que tenham atingido o uso da razão.
Para refletir
1. Você já esteve doente. Como se sentiu nesse momento?
2. Antes, você já tinha ouvido falar ou participado de uma celebração de unção dos enfermos?
Sugestões para leituras:
• Tiago 5, 13-15: A Igreja está presente na dor;
• 2Cor 12, 1-10: no sofrimento se revela a fortaleza;
• Salmo 101: Deus está do nosso lado na hora da angústia;
• Mateus 9, 27-31: cura da cegueira pela fé;
• Mateus 10, 7-8: é missão da Igreja curar os doentes;
• Marcos 1, 29-34: Jesus cura os doentes;
• Lucas 10, 1-9: Jesus concede aos apóstolos o poder de curar os doentes.
Curiosidade
Na antigüidade, o óleo era utilizado para curar os doentes. Jesus fala que o bom samaritano recebeu óleo em suas feridas. O óleo estava associado a força de Deus. A Unção dos enfermos utiliza o óleo sagrado, bento na Quinta- Feira santa, como sinal de Cristo que alivia a dor e restituiu a vida.
Pela sagrada Unção dos Enfermos e pela oração dos presbíteros, a Igreja toda entrega os doentes aos cuidados do Senhor sofredor e glorificado, para que os alivie e salve. Exorta os mesmos a que livremente se associem à paixão e à morte de Cristo e contribuam para o bem do povo de Deus.
A enfermidade e o sofrimento sempre estiveram entre os problemas mais graves da vida humana. Na doença, o homem experimenta sua impotência, seus limites e sua finitude. Toda doença pode fazer-nos entrever a morte.
A enfermidade pode levar a pessoa à angústia, a fechar-se sobre si mesma e, às vezes, ao desespero e à revolta contra Deus. Mas também pode tornar a pessoa mais madura, ajudá-la a discernir em sua vida o que não é essencial, para voltar-se àquilo que é essencial. Não raro, a doença provoca uma busca de Deus, em retorno a Ele.
O essencial da celebração deste sacramento consiste na unção da fronte e das mãos do doente (no rito romano) ou de outras partes do corpo (no Oriente), unção acompanhada da oração litúrgica do presbítero celebrante, que pede a graça especial deste sacramento.
A graça especial do sacramento da Unção dos Enfermos tem como efeitos: a união do doente com a paixão de Cristo, para seu bem e o bem de toda a Igreja; o reconforto, a paz e a coragem para suportar cristãmente os sofrimentos da doença ou da velhice; o perdão dos pecados, se o doente não pode obtê-lo pelo sacramento da Penitência; o restabelecimento da saúde, se isso convier à salvação espiritual; a preparação para a passagem à vida eterna.
Texto com informações do Catecismo da Igreja Católica – artigo 5.
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