15 jan Entenda: Porta Santa e Indulgência
É do conhecimento de todos, que a Paróquia São Judas Tadeu foi criada em 25 de janeiro de 1940. Ao longo dos 83 anos, foi assistida pastoral e espiritualmente pelos Padres Dehonianos. Em 18 de novembro de 1997, Dom Paulo Evaristo, Cardeal Arns, na época Arcebispo de São Paulo, houve por bem, elevar nossa igreja à dignidade de Santuário. Portanto, em 18 de novembro de 2022, completou 25 anos de Santuário.
O Ano Jubilar do Santuário iniciou com a abertura da “Porta Santa” pelo Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer. A abertura da Porta Santa, pelo esplendor da cerimônia e dos ritos, por se realizar somente por ocasião de Jubileus e pelos elementos tradicionais e históricos que a acompanham, poderá significar nossa abertura para Deus e para os irmãos: conversão de coração e santidade de vida cristã.
Convite para abrir nosso coração, nossa família, nossa comunidade, nossa sociedade, permitindo que Cristo entre e que Deus se instale em nossa vida com a riqueza de sua bênção, graça, amor, misericórdia e indulgência. Com Cristo Salvador entre os homens, a vida de cada dia se tornará lugar de encontro com Deus, palco da salvação humana e serviço aos irmãos.
Dom Odilo Pedro, Cardeal Scherer, veio gentilmente celebrar conosco a abertura do Ano Jubilar do Santuário Arquidiocesano de São Judas Tadeu, e no final da celebração, ele, acompanhado de Dom Ângelo Mezzari,RCJ bispo auxiliar da Região Ipiranga e demais sacerdotes concelebrantes, seguidos dos fiéis presentes, se dirigiram à igreja antiga para o rito litúrgico da abertura da “Porta Santa.” Dom Odilo, com as tradicionais batidas na Porta Santa, abriu-a e todos adentraram na igreja através da Porta Santa e solenemente fizeram a profissão de fé, renovando as promessas batismais. A celebração terminou com a Bênção com a Relíquia de São Judas Tadeu, apóstolo e mártir de Cristo.
A fé e religiosidade popular associa ao Jubileu do Santuário São Judas Tadeu três sinais, símbolos: a peregrinação, a Porta Santa e a indulgência. Para entendermos melhor a celebração do Ano Jubilar do Santuário, cabem perfeitamente algumas explicações e esclarecimentos:
A palavra “JUBILEU” vem do hebraico “Yobel” e significa carneiro, por extensão chifre de carneiro, instrumento de sopro, “berrante,” trombeta. Entre os hebreus, acontecimentos e fatos históricos e religiosos eram iniciados e celebrados ao som do “Yobel.” Toda disciplina referente aos Jubileus Bíblicos está prevista no Livro do Levítico, capítulo 25,1 ss. As raízes do “jubileu bíblico” foram assimiladas pelo Cristianismo e pela Igreja Católica.
O Papa Bonifácio VIII proclamou o 1º Jubileu em 1300. Seguem-se os anos jubilares, ordinariamente. A Igreja promove jubileus de 25 em 25 anos e extraordinariamente, quando o Papa o julgar conveniente para incentivar a fé e favorecer a salvação das almas.
A tradicional batida na Porta Santa para abri-la, lembra o gesto de Moisés, que bateu com seu bastão na rocha, donde saiu água abundante para matar a sede do povo no deserto (Ex 17,4-7). Ao abrir a Porta Santa com as duas batidas, simbolizamos o coração de Deus que se abre e jorram rios de bênçãos, graças, misericórdias e indulgências sobre a humanidade toda. A Porta Santa é símbolo do próprio Cristo que afirma: “Eu sou a porta, se alguém entrar por Mim será salvo”(Jo 10,9).
Entenda o que é uma Indulgência Plenária:
A “Indulgência”é a remissão diante de Deus, da pena temporal, ainda devida a pecados já confessados e perdoados. O perdão dos pecados, que Deus concede ao pecador arrependido e que se confessa, não elimina automaticamente as consequências do mal para a pessoa, para a sociedade e para o mundo. E aí entra a indulgência, sinal da misericórdia divina para consertar o estrago, cicatriza a ferida e purificar plenamente.
É o resíduo do pecado, as penas temporais que permanecem e são totalmente “zeradas” e canceladas pela indulgência plenária. Podemos lucrá-la em benefício próprio ou aplicá-la em favor dos falecidos, das almas do Purgatório, fazendo o que a Igreja prescreve para concedê-la (abaixo seguem as condições necessárias para lucrar a indulgência!)
A Igreja com seu poder de “ligar e desligar” (Mt 16,19), oferece seu tesouro espiritual, constituído pelos méritos de Cristo, de Nossa Senhora e dos Santos, aos homens em forma de indulgências. A indulgência “plenária” redime totalmente a pena devida. Porém a indulgência “parcial” perdoa apenas parcialmente; talvez devido a imperfeições no cumprimento das condições exigidas para lucrá-la.
Antigamente, havia determinadas orações com “dias” de indulgência (300 ou 500 dias). Com muita simplicidade, o povo interpretava o fato como se fossem 300 ou 500 dias de desconto no Purgatório. Eis porque o Papa Paulo VI houve por bem abolir as indulgências de dias e somente manter a indulgência plenária e parcial.
O símbolo da “Peregrinação” é muito forte na história bíblica, na vida cristã e na Igreja. Bastaria lembrar Abraão e Sara, verdadeiros peregrinos, saem de Ur da Caldeia; Moisés conduz o povo liberto da escravidão do Egito para Terra Prometida; as peregrinações do povo de Israel para Jerusalém, por ocasião das festas dos Ázimos (Páscoa), das Tendas e de Pentecostes…
Nós fazemos peregrinações para Terra Santa, para as Basílicas Romanas, para os Santuários Marianos da Europa (Fátima, Lourdes, Medjugorge); no Brasil: para o Círio de Nazaré, para Aparecida, para São Francisco do Canindé, para o Santuário São Judas Tadeu, em Jabaquara, São Paulo (SP)…
Nossa vida é caminhada para a eternidade, somos caminheiros que marcham para o céu. Peregrinar é desinstalar-se, sair rumo ao novo, buscar algo mais profundo, movidos pela piedade e fé, buscando crescimento espiritual e santidade de vida. Portanto, não se trata de fazer turismo à Terra Santa, Roma, Aparecida… ou dar um passeio à Catedral, ou fazer uma visita ao Santuário São Judas Tadeu… ou participar só para lucrar indulgências..
Como conseguir a Indulgência Plenária?
Quem determina, disciplina, administra e aplica a prática das indulgências é a Penitenciaria Apostólica, presidida pelo Penitenciário-mor Cardeal Mauro Piacenza, com delegação do Papa.
A Igreja, mãe e mestra, concede indulgências sob condições:
- Fazer a confissão sacramental, individual e íntegra com o sacerdote (não vale confissão comunitária e absolvição coletiva);
- Receber a sagrada comunhão eucarística na missa (não basta a comunhão espiritual);
- Fazer a profissão de fé nas verdades da Igreja Católica (rezar o Creio em Deus Pai…);
- Rezar nas intenções do Papa (ao menos Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai…);
- Entrar no Santuário, passando pela “Porta Santa.”
- Cumprir as condições todas com a intenção de lucrar a indulgência (não só fazer por fazer).
Obs.: Cabem esclarecimentos complementares:
– A indulgência plenária pode ser lucrada só uma por dia;
– Para receber a indulgência nos dias prefixados, basta o “estado de graça” e é suficiente a confissão recente;
– Idosos, doentes, inválidos… podem alcançar indulgências, unindo-se espiritualmente aos que fazem as obras prescritas para lucrá-las.
Irmãos e irmãs, aproveitemos a oportunidade, que a Igreja Católica nos oferece com o Jubileu de Prata do Santuário São Judas Tadeu, de lucrar a indulgência plenária em benefício próprio ou aplicá-la aos falecidos, cumprindo as condições previstas e passando pela Porta Santa, nos dias prefixados de 18 de novembro de 2022 até 18 de novembro de 2023.
Na ternura do Coração de Jesus!
Pe. Aloísio Knob, scj
Julio Laureano das Chagas
Postado em 20:19h, 28 julhoExcelente as explicações sobre a Porta Santa e a Indulgência Plenária.
Este ano vou me programar e preparar para fazer uma Peregrinação ao Santuário São Judas Tadeu e receber o perdão dos meus pecados e dos meus antepassados.
Eu creio, Amém 🙏🏻 🙏🏻 🙏🏻