20 dez Natal em casa, missa na igreja

Natal e Eucaristia, Deus-conosco. O nascimento de Cristo e a instituição da Eucaristia se complementam e completam a promessa: Seu nome será Emanuel, Deus-conosco (Mt 1,14). A Eucaristia é Deus próximo de nós, sempre, na igreja do meu bairro, no centro e na periferia: Deus conosco, promessa realizada.

Estamos vivendo um período de grandes eventos, planejados ou não. Eventos que mexem não só com pessoas individuais, mas também com a população de uma realidade local, como a paróquia, ou com os cidadãos de todo o país e do mundo: A Covid-19, a Copa do Mundo, as eleições no Brasil, o Ano Jubilar do Santuário, o Advento e o Natal.

A Copa, as Eleições e o Ano Jubilar foram preparados, por isso decorreram ou acontecem de forma organizada e tranquila, mesmo que os resultados não consigam satisfazer a todos; afinal, só um podia ser eleito Presidente ou Governador, somente um país será o Campeão do Mundo.

Já a pandemia, não prevista e não preparada nem devidamente compreendida, causou quase 700 mil mortes só no Brasil, muita enfermidade, dor, e sequelas em milhares de pessoas. Resta-nos rezar, com saudade dos entes queridos que partiram, e estar atentos ao que um novo surto possa ainda causar-nos. A epidemia veio como grande surpresa, sem ser esperada nem desejada.

O Natal histórico foi longamente preparado por Deus pela mediação dos profetas bíblicos e pela espera do povo judeu. Superou as expectativas, pois o Filho de Deus que se encarnou não se revelou Salvador somente para os judeus, mas Luz e Esperança para todas as nações.

Nasceu para reconciliar todo ser humano com Deus, Criador e Pai, e oferecer a possibilidade da reconciliação entre nações e culturas, entre partidos opostos, entre vencedores e derrotados, entre cristãos e seguidores de outras crenças, entre são-paulinos e palmeirenses; reconciliação e paz também entre irmãos da mesma família que se dividiram pela radicalização política ou por diferentes opções religiosas e desportivas. A vinda de Cristo ao mundo trouxe nova perspectiva de vida a todos os que o acolheram.

Jesus veio como pessoa humana, fez-se um de nós em tudo menos o pecado. Veio para os seres humanos de ontem, de hoje e de sempre. Ideias e ideologias dividem, pessoas racionais e de fé, que se orientam pela sabedoria de Jesus, saberão reconciliar-se e restabelecer a comunhão, no respeito às diferenças: reconciliação na família, para sentarem-se à mesma mesa neste Natal, nas comunidades cristãs, para celebrarem juntos, na igreja, o “sacrifício da reconciliação”, da comunhão e da paz.

Celebremos o Natal em casa e na igreja. Para a casa, temos a Novena; para a Igreja, a Eucaristia com a acolhida da Palavra. Melhor preparados, mais profundo o encontro e a comunhão.

Faz parte da preparação ao Natal, a Campanha da Evangelização, que não consiste apenas numa coleta para financiar atividades missionárias. Essa é realizada em todas as igrejas católicas no 3º domingo do Advento (neste ano, no dia 11 de dezembro). A Campanha tem também a finalidade de nos engajarmos na missão evangelizadora da Igreja e de animar outros batizados. Ela pode despertar e fazer acontecer iniciativas evangelizadoras, já. A Novena é uma dessas iniciativas.

Como e onde celebrá-la? Adquira o livreto na Loja do Santuário ou na sua paróquia. Leia, e verá que é muito fácil de entender e organizar. Há paroquianos que todo ano perguntam: quando começa a Novena na igreja. Eu gosto de objetar: e você, quando vai fazer a novena em sua casa? É esse o melhor lugar de celebrá-la.

Dessa forma, você oferece a outros familiares a chance de participar, mesmo aos que à igreja não iriam. Você pode também convidar conhecidos, familiares e vizinhos, colegas de trabalho, amigos dos filhos… Assim, você cria a oportunidade de evangelizar os que nem mesmo estavam pensando num Natal cristão, mais ocupados com o Papai Noel ou com os presentes e a farta comida, sem sequer lembrarem da Missa.

A Missa de Natal deveria ser uma das principais metas da Novena e de toda a preparação. Vejam: Jesus é anunciado a Maria e José como Emanuel, Deus-conosco. Na Eucaristia, instituída por Jesus poucas horas antes de morrer, Ele se torna presente, para estar conosco, tão próximo de nós; Natal e Eucaristia se completam. Na Eucaristia oferecemos nosso próprio coração para ser a manjedoura que o acolhe. “E todos os que o receberam, puderam tornar-se filhos de Deus” (Jo 1,14). Feliz Natal!

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Pe. Cláudio Weber,scj – Vigário Paroquial