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Padre Dehon e o Brasil

No dia 12 de agosto são celebrados 97 do falecimento de Padre João Leão Dehon (1843-1925), um sacerdote francês que, no final século XIX e início do século XX exerceu um fecundo apostolado espiritual e social não somente na França, mas em diversos países através de livros, jornais, artigos, congressos, retiros, fundações, viagens e obras sociais. Além de 18 livros sobre a vida espiritual, Padre Dehon escreveu muitas obras sobre o compromisso social da Igreja católica. Fundou uma revista – O Reino do Coração de Jesus – e colaborou com diversas outras através de textos que visavam despertar a Igreja francesa da apatia social.

Padre Dehon acreditava que a pessoa que experimentou o amor do coração de Jesus não pode ser refém do desânimo, da frieza ou da indiferença. O amor de Jesus é um fogo que não se apaga e nos faz apóstolos de um mundo mais humano e mais justo. Em 1898, ele escreveu aos jovens do sul da França: “Jovens, lutem e vocês terão sucesso nos seus projetos sociais. Vocês disseram que as pessoas têm preconceitos contra os católicos. Elas acham que não temos consideração por seus problemas sociais. Provem-lhes o contrário por suas obras. A caridade não basta, é preciso justiça e caridade social”.

Em 1878, com 35 anos, ele fundou a Congregação dos Padres do Sagrado Coração. No ano de sua morte, esta obra era formada por mais de 700 religiosos espalhados por mais de 20 países.

Um elemento importante na história de padre Dehon foi sua consideração pelo Brasil. Antes da chegada dos padres do Coração de Jesus ao país, Padre Dehon já demonstrava atenção à realidade social e política ao analisar o fim do Império ou os inícios da República. Em 1893 chegou a Recife o primeiro sacerdote para animação pastoral dos operários em uma fábrica. Dez anos depois chegaram os primeiros dehonianos ao sul do Brasil. O objetivo era trabalhar com famílias de imigrantes alemães.

Entre agosto e dezembro de 1906, Padre Dehon fez uma longa viagem pelo Brasil: visitou os estados de Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Conheceu não somente paróquias, seminários e obras sociais, mas também fábricas, órgãos públicos, hospitais e fazendas. Ele queria realmente conhecer as pessoas, a cultura, a dinâmica social e a realidade política. Esta viagem foi tão marcante que, no ano seguinte, ela se transformou em um livro: “Mil Léguas na América do Sul”.

Boa parte do livro se concentra sobre sua estadia na cidade de São Paulo: de um lado elogia a fé e o espírito de iniciativa: “Pode-se dizer que em alguns aspectos este é o centro da América. São Paulo é a capital comercial do Brasil, assim como Milão na Itália”. De outro lado, Padre Dehon critica fortemente o que foi feito com os indígenas, a falta de planejamento e a exploração dos imigrantes italianos para o trabalho cafeeiro.

O olhar de padre Dehon se dirige especialmente à realidade eclesial: “Mas se faltam trabalhadores para trabalhar a terra, quanto mais para iluminar as almas! O Brasil é como um país de missão e há uma grande necessidade de trabalhadores. Mas é também um país do futuro e aí brotará a boa semente.”

Padre Dehon via o Brasil com sóbria esperança e por isso nunca hesitou em enviar missionários para cá. Foi desse dinamismo que levou a jovem região missionária a assumir – na cidade de São Paulo – a Paróquia Nossa Senhora da Candelária em 1933 e a Paróquia São Judas Tadeu em 1940.

Assim, ao celebrarmos os 97 anos da páscoa de Padre Dehon, recordamos seu desejo de incendiar as almas com o fogo do amor divino que nos cura da indiferença. Celebramos sua vida cultivando o seu fecundo legado e o seu olhar cheio de esperança sobre o Brasil, particularmente sobre a cidade de São Paulo.

Pe. Emerson Marcelo Ruiz, scj

Monumento no Colégio São João, Saint Quentin, França, onde P. Dehon professou votos e nasceu a Congregação dos Padres do SCJ – foto: Padre Rarden Pedrosa,scj

Igreja onde está o túmulo de P. Dehon em Saint Quentin, França – foto: Padre Rarden Pedrosa,scj

Casa de P. Dehon em La Capelle, França – foto Padre Rarden Pedrosa,scj

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Diretório Espiritual - João Leão Deon - Loja São Judas Tadeu - Artigos ReligiososDiretório Espiritual de João Leão Dehon

Este livro é fruto de uma vida de amor e reparação. Trata-se da experiência mística vivida aos 35 anos de idade que continuava forte em 1919 aos 76 anos, quando Pe. Dehon publicou esse Diretório Espiritual. Padre Zezinho,scj escreve na contracapa que a solução para a crueldade do mundo é viver o amor, entregar-se totalmente e sacrificar-se para que outros não sofram. A proposta de “reparação” de Pe. Dehon continua atual e profética, pois “… ferir um humano sofredor é ferir o Coração do próprio Jesus. Hoje, infelizmente continua a crueldade no mundo e somos chamados a divulgar esta mesma mística de reparação: fazer pelo outro o que o outro não tem forças para fazer”.

O Diretório Espiritual de João Leão Dehon, Editora SCJ está disponível na Loja Oficial de Artigos Religiosos do Santuário São Judas Tadeu, ao lado da Secretaria Paroquial. Mais informações pelo tel (11) 2275-0724 ou WhatsApp: (11) 99338-0758.

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