02 ago ANO E SEMANA DA FAMÍLIA 2021

Dando continuidade à reflexão e partilha sobre o “Ano Família Amoris Laetitia,” lembramos que Deus, no seu plano de amor e criador, fez o homem e a mulher à sua imagem e semelhança e ordenou-lhes: “Crescei e multiplicai-vos” (Gn 1,28), instituindo o matrimônio para perpetuar a espécie humana sobre a terra.

Assim, Deus associou o homem e a mulher, unidos em matrimônio, à sua onipotência criadora, tornando-os instrumentos, colaboradores, co-criadores seus para a vida dos filhos, que nascem na família. Tudo começa em casa com a família, escola de humanismo. Ela está no princípio do mundo, da vida de cada pessoa, da sociedade.

O mundo é uma grande e numerosa família: somos todos irmãos, afirma o Papa Francisco em “Fratelli tutti.” O matrimônio, a família é vocação, chamado de Deus para uma missão. A família oferece e repassa valores cristãos à pessoa, à comunidade e à sociedade. Ela é esperança e certeza de um mundo melhor.

Jesus, filho de Deus feito homem, nascendo da Virgem Maria por obra e graça do Espírito Santo, igual a nós, menos no pecado, veio ao mundo e escolheu o caminho da família. Até aos trinta anos cresceu, viveu e conviveu na família de Nazaré, constituída por Jesus, Maria e José, ainda modelo, até hoje, para nossas famílias. O apreço de Jesus pela família se complementa, quando se revela Messias, com seu primeiro milagre em festa de família, mudando água em vinho, para que a alegria de conviver em família continuasse.

Mas, retornando ao tema da nossa partilha, concluímos que as ideias chaves da “Amoris Laetitia” se resumem em 4 verbos: acolher, acompanhar, discernir e integrar.

ACOLHER – A primeira atitude pastoral da Igreja servidora, samaritana e misericordiosa é o acolhimento das famílias à margem da vida eclesial. Cabe abrir-nos a todos e aproximar cada pessoa da divina misericórdia: acolhimento ativo com  dinâmica missionária da Igreja “em saída” ao encontro dos afastados, apresentando-lhes o Deus-amor e anunciando-lhes Cristo caminho, verdade e vida, sem proselitismo, respeitando a liberdade de consciência e de decisão pessoal. Ninguém está excluído da oferta do amor de Deus e do convívio da comunidade eclesial.

ACOMPANHAR – Não basta procurar e acolher as famílias, mas é preciso disposição para um acompanhamento pessoal às famílias e às pessoas, na situação real em que vivem. É um desafio para presbíteros e agentes de pastoral em ampliar os horários de atendimento, de visitas, de escuta, de aconselhamento, estar presente quando a pessoa precisa. Merecem aceno especial, os diáconos permanentes com sua experiência familiar e testemunho, casais formados na pastoral familiar, profissionais católicos competentes nas diversas áreas da convivência familiar, a pastoral  da escuta.

DISCERNIR – Para melhor conhecer a vontade do Senhor e segui-lo. Acolher a pessoa como é, sem rotulá-la e classificá-la. Discernir sob a luz das Escrituras, do Magistério e da Tradição da Igreja, a nível da misericórdia de Jesus Cristo. Fiéis aos princípios morais da Igreja, evite-se o casuísmo e tente-se formar a consciência.  Cada diocese pode ter orientações específicas para casos especiais. Com paciência conhecer cada caso e auxiliar a pessoa a encontrar Deus e solucionar os problemas de consciência.

INTEGRAR – O acompanhamento e discernimento levam a integrar gradualmente a pessoa na vida eclesial, na comunidade. Dar sacramentos não é sinônimo de integrar. Urge acolher todos na comunidade discípula-missionária  para que se sintam abraçados na família/Igreja. Mesmo em casos especiais, há espaços para participar.  Pessoas em situação irregular, que testemunhem profunda vida cristã e comprometimento com a comunidade, podem ser padrinhos de batismo? Leitores na liturgia? Catequistas? Dando sua colaboração na comunidade… Avalie-se, seriamente, o assunto!

Dentre as inúmeras iniciativas pastorais suscitadas pela Amoris Laetitia, o Papa Francisco sugere duas, que parecem ser as mais relevantes:

Centros de assistência às famílias: A Amoris Laetitia propõe a criação de centros especializados para  acolher, acompanhar e revitalizar as famílias. Entre suas atividades se destacam: reuniões de casais vizinhos ou amigos, retiros breves de final de semana, palestras com especialistas em vida familiar, aconselhamento conjugal, apoio a casais em crise (dependência química, infidelidade, violência em família), assistência a pais com filhos problemáticos, situações de separação, divórcio e novas uniões, catecumenato para namorados e noivos, em preparação ao casamento, acompanhar os recém-casados.

Pastoral judicial: Com referência à pastoral judicial, o Papa Francisco publicou o “MOTU PROPRIO MITIS IUDEX DOMINUS IESUS” (MIDI), com orientações específicas para famílias falidas, tentando legalizar as situações irregulares de convivência. Muitas dioceses procuraram melhorar o quadro dos canonistas, capacitando-os para o serviço dos Tribunais e Câmaras Eclesiásticas, em vista dos processos matrimoniais, pleiteando a nulidade matrimonial, com atenção especial ao “processo  breve”, aos cuidados do bispo juiz. Para a correta aplicação do “M I D I”, a CNBB publicou um manual “Vade Mecum”, com os mínimos detalhes. Lembramos que a Igreja não anula casamentos, pois ninguém pode mudar  o que está escrito na Bíblia: “Que o homem não separe, o que Deus uniu” (Mt 19,6), mas, mediante um processo canônico, a  Igreja avalia se  realmente  houve matrimônio/sacramento e emite a sentença para a tranquilidade de consciência do casal. Haja acompanhamento ao casal, enquanto rola o processo canônico, com atenção especial aos casais pobres, garantindo a todos o acesso à justiça eclesiástica. O Papa diz: facilitar, agilizar e baratear o processo canônico. Há expedientes canônicos que podem facilitar a regularização da situação  matrimonial irregular: a sanação na raiz para casais já casados pelo civil; a dispensa da forma canônica, quando um dos cônjuges não quer dar o consentimento publicamente  por não praticar a religião, por mista religião ou por disparidade de culto(alguém ainda não batizado). Também, a celebração comunitária  do matrimônio, com a devida preparação, facilitará, sendo gratuita.

A Amoris Laetitia apresenta apenas um discernimento pessoal e pastoral para a situação irregular, e não solução. No capítulo VIII da Amoris Laetitia se reafirma a indissolubilidade do matrimônio, a malícia e gravidade do adultério. Cabe agir com caridade e misericórdia, formar a consciência dos fiéis, promover o encontro pessoal com Cristo, verificar possíveis atenuantes (filhos por criar, situação financeira do casal), recomendar a continência sexual, mas tratar com a  devida misericórdia possíveis quedas. Deus quer perdoar tudo, a todos e sempre. A lei canônica é igual para todos os fiéis, não há exceções, privilégios, nem anistia sacramental.

Com sinceridade concluímos, que o “Ano Família Amoris Laetitia,” oferece valiosa oportunidade para aprofundar a riqueza doutrinária da Amoris Laetitia, buscar a conversão pastoral na Igreja “em saída” missionária, incentivar o diálogo com as famílias, criar espaços para acolher as famílias feridas, oferecer a justiça eclesiástica para legalizar situações irregulares, acompanhar as novas famílias…  A evangelização da Igreja passa pela família.

A matéria das duas reflexões sobre o Ano Família Amoris Laetitia poderá merecer uma atenção especial na “Semana Nacional da Família,” de 08 a 14 de Agosto e ser uma preparação para o 10º Dia Mundial  da Família a realizar-se, em Roma, aos 26 de Junho de 2022.

Pe. Aloísio Knob,scj

Programação Semana da Família 2021:

Alegria do Amor em Família

A Semana da Família nas Paróquias do Setor Imigrantes, vai começar com a Missa de Abertura da Região Episcopal Ipiranga, no dia 09 de Agosto na Paróquia São José,  às 20h (Endereço: R. Brigadeiro Jordão, 560 – Ipiranga).

Semana da Família no Setor Imigrantes:

• 10/08 (terça-feira)às 20h15 – Pastoral Familiar São João Batista (Endereço: Avenida do Café , 688 , Vila Guarani): Oração e Reflexão com a participação do “Terço dos Homens”. Tema: A beleza e os desafios da vida em Família, baseado na Carta Apostólica “Patris Corde”. Canal de transmissão: https://youtube.com/c/saojoaobatistavilaguarani

• 11/08 (quarta-feira)às 20h– Adoração ao Santíssimo Sacramento, na Paróquia/Santuário São Judas Tadeu, à Av. Jabaquara, 2682 (presencial e online). Canal de transmissão: https://youtube.com/c/SantuárioSãoJudasTadeu
• 12/08 (quinta- feira)às 20h– Pastoral Familiar da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Endereço: R. Gen. Gastão Goularte, 47 – Vila Guarani). Apresentação do testemunho de Júlio Gordano sobre os eu pai, Atílio Gordano: “A vocação do pai cristão dedicado”.  Contaremos também com a participação do Pároco, Padre João Cícero, refletindo sobre a “Importância da Família em tempos de desafios.” Canal de transmissão: https://www.facebook.com/Paróquia-Nossa-Senhora-de-Fátima-de-Vila-Guarani-109992523919426/
• 13/08 (sexta-feira) às 20h15 – Pastoral Familiar da Paróquia/Santuário São Judas Tadeu, junto ao ECC-Encontro de Casais com Cristo São Judas Tadeu, com uma reflexão de Sami Abraão sobre: “Amoris Laetitia, capítulos 03 e 04.” Canal de transmissão: https://www.facebook.com/ECCSAOJUDAS
• 14/08(sábado) às 15h– Missa de Encerramento da Semana da Família do Setor Imigrantes, na Paróquia/Santuário São Judas Tadeu, presencial (igreja nova) e online, transmitida pela WebTV São Judas Tadeu:  https://youtube.com/c/SantuárioSãoJudasTadeu

O livreto de encontros para a Semana Nacional da Família poderá ser adquirido na  Loja oficial de artigos religiosos do Santuário São Judas Tadeu, ao lado da Secretaria Paroquial. Mais informações pelo tel (11) 2275-0724. WhatsApp: (11) 99338-0758. E-mail: contato@lojasaojudastadeu.com. Site: https://www.lojasaojudastadeu.com