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Hoje se cumpriu o que disse a Escritura

Conheça o Rito da Eucaristia-Palavra, na Santa Missa!

Caro leitor, ao participarmos por inteiro da celebração eucarística, isto é, participação consciente e ativa, sem deixar que a vida cotidiana interfira no momento único e especial que é o momento celebrativo, vivenciamos um encontro fecundo com Deus, por meio de Cristo, na unidade do Espírito Santo.

A celebração é uma fonte salutar, onde a Igreja vai se alimentar do “pão da vida”, nas duas mesas que são preparadas: da Palavra e da Eucaristia (cf. DV 21). Uma conduz à outra e, ambas, proporcionam à comunidade de fé uma experiência mistagógica. “Em uma, instrui-se mais, e na outra santifica-se mais plenamente; pois na Palavra de Deus se anuncia a aliança divina, e na Eucaristia se renova esta mesma aliança nova e eterna. Numa, recorda-se a história da salvação com palavras; na outra, a mesma história se expressa por meio de sinais sacramentais da Liturgia” (IELM 10). Nesse sentido, a missa, por ser um verdadeiro e real encontro com Deus, acontece um diálogo entre o Pai e os filhos. A maneira de compreender, então, esta relação dialogal está na Sagrada Escritura. Ela, que será o eixo de nosso artigo, nos revela a ação de Deus junto ao povo da Primeira Aliança, que se plenificará nas ações e palavras de Jesus no “hoje” da história da Igreja.

1ª Parte: Pressupostos histórico-bíblicos da Liturgia da Palavra

Quando Jesus levantou-se para fazer a leitura na Sinagoga de Nazaré, em dia de sábado (Lc 4, 16-22), uma perspectiva nova se abre com relação à escuta da Palavra. Jesus inicia o seu ministério com um ato cultual, litúrgico. Ele é a Palavra Encarnada; Nele a Palavra se cumpre: toda palavra da Escritura proclama Cristo. Isto percebemos no deslumbramento dos discípulos de Emaús ao ouvirem Jesus Ressuscitado explicando-lhes as Escrituras (cf. Lc 24, 13-35). No entanto, o fato de Jesus explicar as Escrituras àqueles discípulos – o que ocorreu também na sinagoga de Nazaré –, nos remete ao contexto de Deus que fala ao seu povo na história, que, evidentemente, não ficou circunscrito a um povo e nem àqueles tempos, mas chegou aos dias de hoje em nossas assembleias litúrgicas.

A assembleia litúrgica nasce em torno da Palavra

Deus prepara o povo, o conduz a Si como em “asas de águia” (cf. Ex 19, 4), para que o povo ouça a sua Palavra de vida e salvação, e celebre a Aliança com o Senhor. A Palavra de Deus, portanto, é um sinal de interação entre o Senhor e o seu povo.

Na história humana do povo bíblico a Palavra de Deus foi ouvida segundo a pedagogia divina. A mesma dinâmica nos reporta aos dias de hoje com relação à Liturgia da Palavra. Esta se apresenta com alguns elementos que ressoam das assembleias do passado reunidas por Deus.

O primeiro elemento procede da assembleia do povo de Deus reunido junto aos pés do Monte Sinai (Ex 19, 3-8). Da montanha Deus chama Moisés e lhe ordena: “dirás à casa de Jacó e declararás aos israelitas”. Moisés, então, proclama as maravilhas que Deus realizou quando libertou os hebreus da escravidão. Nesse sentido, a Palavra recorda as ações que foram operadas em prol do povo; ela instrui e formata a Aliança. Depois de ouvir, o povo responde: “Tudo o que o Senhor disse, nós o faremos”. Portanto, aqui está o chamado de Deus, a proclamação e a resposta do povo.

O texto de Neemias (Nm 8, 1-12), por sua vez, nos aponta para outros elementos teológicos. A imagem que se forma é sugestiva: o povo todo se reuniu à Porta das Águas para acolher a Palavra, a Torah (Nm 8, 1). Ali, pela expressão “como um só homem”, demonstra-se a unidade de espírito daqueles interessados em escutar a leitura. O chamado, portanto, é para todos! Homens, mulheres e todos no uso da razão, sem distinção: um sinal visível doקהל יהוה    Qehal Iahweh: Povo de Deus reunido.

Em seguida, abre-se o livro diante de todos (Nm 8, 5). O gesto ritual que inicia a leitura pública e solene desperta o interesse e o respeito pelo que está por acontecer: Deus faz morada no meio do povo. Com efeito, a experiência naquela assembleia demonstra a acolhida pela fé das obras salvíficas que Deus realizou pelo seu povo. Ora, se esse acolhimento da Palavra se expressa pela fé, então realiza-se mais do que uma reunião de pessoas, mas sim um ato litúrgico, pois se estabelece o diálogo entre Deus e a assembleia, disposta a escutá-lo. Por isso, todos se põem de pé (Nm 8, 5) diante da Palavra que estava em local de destaque (Nm 8, 4); os levitas a explicavam e davam o entendimento ao povo (Nm 8, 7). E tudo vai se conduzindo para um grande êxtase com a assembleia aclamando Amém! Amém! E, prostando-se por terra em adoração ao Senhor.

Jesus inaugura a Liturgia cristã da Palavra

Na sinagoga de Nazaré, conforme a narrativa de Lucas (Lc 4, 16-22), o povo senta-se para ouvir as maravilhas realizadas por Deus em sua história, segundo a liturgia judaica. Jesus, então, recebe o livro do profeta Isaias, leu-o, compreendeu e interpretou a passagem lida. Essa estrutura ritual tem como pano de fundo aquela dinâmica litúrgica da assembleia de Neemias.

No entanto, “hoje” – destaco a palavra hoje, para indicar que naquela sinagoga, bem como nos tempos atuais, Jesus está presente na Palavra – Cristo fala e faz acontecer o que dele diz a Carta aos Hebreus: “Por isso, eu digo: Eis-me aqui, no rolo do livro está escrito a meu respeito, eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10, 7). Com efeito, o que ocorreu naquela sinagoga de Nazaré foi a “instituição da liturgia cristã da Palavra” (Boselli, 2014, p. 55).

Pela força de atração da Palavra, em Jesus, a nova assembleia do novo Israel está se iniciando. Toda a humanidade é chamada a escutá-lo. Ele é a Palavra que chama a todos a se instala nele: “Senhor, a quem iremos? Tens palavras de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que é o Santo de Deus”, confessa Pedro (Jo 6, 68-69).

A Liturgia da Palavra toma forma nas comunidades nascentes

A História da Salvação culmina na pessoa de Jesus, por isso, toda a Escritura fala dele. “A Igreja anuncia o mesmo e único mistério de Cristo quando proclama, na celebração litúrgica, o Antigo e o Novo Testamento” (IELM 5). Todavia, quis Deus sabiamente em sua pedagogia de salvação, que o Novo Testamento estivesse, por certo tempo, escondido no Antigo e o Antigo, ao chegar à plenitude dos tempos, se tornasse claro no Novo (cf. DV 16).

Nesse espírito, em Atos 2, 42 e Atos 13, 27, bem como no Evangelho de Lucas, Lc 4, 16-21, percebe-se que entre os primeiros cristãos continuava o hábito de escutar as proclamações da Escritura nas reuniões judaicas, nas sinagogas aos sábados. Porém, entre eles, nas reuniões nas casas, tomavam as Escrituras da Primeira Aliança e as interpretavam à luz do Cristo de Nazaré. Portanto, o Antigo Testamento tem a sua lógica quando interpretado sob o ensinamento e a vida de Jesus.

Com as pregações chegando às diversas comunidades espalhadas pelos territórios do Oriente e Ocidente, as cartas apostólicas começaram a fazer parte das assembleias dos cristãos. Sobretudo com Paulo, Pedro, João, Tiago e outros discípulos, que admoestavam, orientavam, ensinavam e catequisavam com seus escritos, ou por orientações verbais que eram enviadas por um mensageiro às comunidades, para fazerem parte do rol de leituras comunitárias, aos domingos.

Aliado a isso, surgem também os escritos advindos da Tradição oral dos Apóstolos e discípulos próximos de Jesus, com a intenção de transmitir o Kerigma fundamental: Cristo morto e ressuscitado e está vivo entre nós. Os Evangelhos foram, portanto, paralelos às cartas apostólicas, o fundamento da fé em Jesus e o motivo para a adesão de muitos à Igreja do Senhor. Graças aos Evangelistas Jesus pode continuar a propagar a sua mensagem ao mundo, sob a dinamicidade do Espírito Santo. E a mensagem do Reino de Deus era ensinada a todos os povos.

Um dos escritos mais antigos que chegou até estes dias é o relato de Justino, um judeu, mártir, convertido ao cristianismo por volta do ano 132. Desejoso de conhecer a verdade, reconheceu em Cristo a única filosofia certa. Ele escreveu a sua primeira apologia, defendendo a doutrina cristã, endereçada ao Imperador Antonino Pio, no ano de 155. Diz: “No dia que se chama do sol, celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades ou nos campos, e aí se leem, enquanto o tempo permite, as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas. Quando o leitor termina, o presidente faz uma exortação […]. Em seguida levantamo-nos todos juntos e elevamos nossas preces”. E segue o depoimento com o oferecimento do pão e do vinho. Desde então, a estrutura eucarística narrada por Justino permanece até hoje.

Dessa caminhada histórico-bíblica pudemos compreender, de certa forma, como surgiu a Liturgia da Palavra pela iniciativa de Deus em reunir o seu povo para celebrar e rememorar as ações salvíficas, cujo centro e a plenitude de toda a celebração é Cristo, o Senhor.

2ª Parte: Dimensão teológico-litúrgica da Liturgia da Palavra

Nas celebrações litúrgicas não faltam a leitura e a interpretação da Sagrada Escritura. Por ser a Liturgia uma ação sagrada, Cristo se faz presente à celebração, e a Palavra de Deus atinge o máximo de sua atualidade e sacramentalidade, como sinal eficaz de salvação.

Ao exprimir tamanha relevância da Palavra como presença de Cristo na ação litúrgica, a Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a liturgia diz que “Cristo está sempre presente em sua Igreja, e especialmente nas ações litúrgicas. […]Está presente na sua palavra, pois é ele quem fala quando na Igreja se leem as Sagradas Escrituras” (SC 7). Por isso, os bons ventos no Concílio Vaticano II fizeram exprimir o protagonismo da Bíblia da seguinte forma: “Para que a mesa da Palavra de Deus seja preparada, com a maior abundância, para os fiéis, abram-se largamente os tesouros da Bíblia, de modo que, dentro de certo número de anos, sejam lidas ao povo as partes mais importantes da Sagrada Escritura” (SC 51).

Deus fala ao seu povo reunido

A assembleia é lugar em que Deus reúne o povo para falar. O ambiente, portanto, em que a Escritura se torna viva e eficaz é onde a  ἐκκλησια (ekklesía), a assembleia proclama a Palavra, animada pelo Espírito Santo. Para isso, à Escritura é reservado um lugar digno e destacado, o ambão, de onde emana a Palavra que é “Pão da vida”, num nexo indissolúvel com a mesa da Eucaristia.

Do ambão, então, se anunciam as passagens bíblicas e, quanto mais o povo fizer a experiência da Palavra de Deus, maior acesso terão aos tesouros da Bíblia” (cf. SC 51). Ione Buyst lembra-nos que “ouvindo os textos bíblicos, o Espírito Santo nos faz reconhecer a presença, a atuação e a Palavra de Deus em nossas próprias vidas (Buyst, 2009, p.15).

Nesse sentido, a Mesa da Palavra nos reúne e alimenta ao recordar os eventos salvíficos das leituras e salmo, tendo como ponto alto a proclamação do Evangelho do Senhor Jesus. Na homilia, os textos são interpretados conforme a liturgia da Igreja indica; o símbolo da fé (Credo), que é um sinal batismal de reconhecimento e comunhão entre os crentes, é recitado ou cantado. Por fim, as preces da comunidade fazem subir ao Pai as suas súplicas, inspiradas pela Palavra de Deus.

A Liturgia da Palavra, portanto, está estruturada como um maravilhoso diálogo entre Deus e a assembleia, mediada por Cristo, na ação do Espírito Santo. Por isso, se prepararmos o terreno de nosso coração, com atitude de fé, de acolhimento, de profunda escuta, a semente da Palavra criará raízes em nós e dará muitos frutos, porque a Palavra é דָבָר Dabar, expressão hebraica para Palavra que é viva, dinâmica. Palavra de Deus que é criadora e penetra no íntimo do ser; e “não passa sem deixar um sinal”.

A Liturgia da Palavra é experiência mistagógica

A Sagrada Escritura, sobretudo na Liturgia da Palavra, é a experiência do povo com o Deus que entra na história humana para “revelar-se a si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade” (DV 2).

A experiência que acontece durante a Liturgia da Palavra, revela Deus que toma a iniciativa de vir ao encontro do homem e tecer um estreito e amoroso diálogo com a comunidade. Em Jesus se expressa bem essa relação, basta percebermos o que aconteceu na intervenção do Cristo Ressuscitado com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35). Jesus age como o mistagogo, conduzindo-os ao centro do mistério. Boselli afirma que “para Paulo, portanto, Cristo não é apenas o revelador do mistério, mas ele é mesmo o mistério de Deus (Boselli, 2014, p. 20). A experiência daqueles discípulos é a chave para compreendermos a perspectiva a que somos conduzidos ao vivenciar o mistério revelado pela Palavra: “E, começando por Moisés e percorrendo todos os Profetas, interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito” (Lc 24, 27).

A sacramentalidade da Palavra na Liturgia

Durante a XII Assembleia Geral Sinodal sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, de 5 a 26 de outubro de 2008, os bispos que lá estiveram refletiram sobre a analogia entre a Palavra e Eucaristia, e seu vínculo indissolúvel. Com efeito, dali surgiu a proposição da “Sacramentalidade da Palavra”, expressa na Exortação Apostólica Pós-sinodal Verbum Domini (VD 56).

O eixo de reflexão da sacramentalidade da Palavra está na presença real de Cristo na Liturgia (SC 7). Ao mesmo tempo, a origem da sacramentalidade está no “Verbo que se fez carne” (Jo 1, 14). Nesse sentido, é preciso admitir que durante a proclamação da Palavra é o próprio Cristo que se nos apresenta. “A Palavra de Deus torna-se perceptível à fé através do sinal de palavras e gestos humanos” (VD 56). “Mais ainda, a economia da salvação que a Palavra de Deus não cessa de recordar e prolongar, alcança seu mais pleno significado na ação litúrgica, de modo que a celebração se converta numa contínua, plena e eficaz apresentação desta Palavra de Deus (IELM 4).

Ao ambão com carinho e respeito

O ambão, lugar digno para a proclamação da Palavra de Deus, comporta outra imagem diferente de “Mesa da Palavra”. Em tempos remotos, uma tradição o identifica com monumentum paschale, dito de outra forma: a pedra que cerrou o sepulcro de Jesus. De lá, após os primeiros momentos daquele domingo da ressurreição, aconteceu o Kerigma Pascal: o anúncio do Mistério da Ressurreição de Jesus.

As primeiras mulheres que foram ao sepulcro, esperavam encontrar silêncio e morte, mas ouviram pela boca do jovem com túnica branca que Jesus não estava ali. O crucificado que procurais ressuscitou. Vede o túmulo vazio. Ide dizer aos discípulos (cf. Mc 16, 1-7). Não há morte no túmulo vazio, mas vida! O vazio e o clima fúnebre são superados pela alegria da proclamação. Portanto, ao olhar para o ambão, fazemos uma analogia com o túmulo vazio, de onde faz ressoar a glória do Evangelho.

O caminho que fizemos acima nos levam a reconhecer a importância e a necessidade, cada vez maior, de nos aproximar da Sagrada Escritura para vivenciar mais e melhor a Liturgia da Palavra. Isto é premente, em particular, com aqueles que irão proclamar na liturgia. Não se pode relegar o estudo e a meditação da Palavra de Deus. Com isso, propomos um roteiro espiritual, a Lectio divina, ou leitura orante da Palavra, recurso muito utilizado pelos religiosos a muitos séculos, desde os monges do deserto, nos primeiros séculos do cristianismo.

 

3ª Parte: Exercício espiritual para meditar a Palavra de Deus: Lectio divina

A Lectio Divina vem do latim e tem como significado, “leitura divina”, “leitura espiritual” ou ainda “leitura orante da Bíblia”, é um alimento necessário para a nossa vida espiritual.

O monge cartuxo, Guido II escreveu nos anos 1150 um livrinho intitulado “Escada de Jacó” (Cf. Gn 28, 10-13a), que descrevia quatro degraus: lectio, meditatio, oratio e contemplatio. Essa é a escada por onde os monges sobem desde a terra até o céu.

A Leitura Orante é uma das formas de se aproximar da Sagrada Escritura. Ela nos convida a entrar no Mistério da Revelação de Deus: A Palavra inspirada revela o Pai, revela o Filho e revela o Espírito Santo, pois, é a comunicação de Deus ao homem. A Bíblia é a comunicação amorosa do Senhor que chama toda a humanidade à comunhão consigo e, na riqueza do seu amor, fala aos homens como amigos (DV2).  “Fala, Senhor, que teu servo escuta!”, disse Samuel ao ouvir o chamamento do Senhor (1 Sm 3, 10).

Sugestão para fazer a Leitura Orante da Bíblia

Escolha um lugar tranquilo para iniciar a Leitura Orante da Palavra de Deus.

1º passo Lectio:

Oração – Invocar o Espírito Santo com humildade. Oração, canto, adoração silenciosa.

Leitura do texto – Feita lentamente, calmamente, deixe o texto falar; não tente tirar do texto aquilo que lhe interessa. Faça um momento de silêncio interior, isole o ambiente do seu pensamento. Não use frases ou versículos isolados. A leitura ajuda a superar o fundamentalismo que anula a ação da Palavra na vida. A pergunta é: O que o texto diz?

2º passo meditatio:

O sentido do texto – Mergulhe no texto; tente imaginar a cena descrita; acompanhe a fala e os movimentos das personagens, os sentimentos, ambiente… Busque o sentido mais profundo. Se conhecer outra passagem que se relacione ao que está meditando, use como texto auxiliar para dar maior esclarecimento. A mente deve buscar com ardor o que está escondido.  O que o texto diz para mim?  Aqui você entra em diálogo com o texto. Faça perguntas ao texto. Durante a meditação, Deus fala!  Qual palavra ou frase que mais lhe tocou? Ligue o texto com a vida.

3º passo oratio:

O que a Palavra lhe ensina – O que a Palavra de Deus revela e lhe ensina? Saboreie a Palavra. Qual o sentido para a minha vida? Qual o sentido no cotidiano, no ambiente do trabalho, em casa, junto às pessoas do convívio etc.? Agora é hora de conversar com Deus. Deus falou até aqui, agora devemos responder. O que devo dizer a Deus? Hora de assumir…

A atitude diante da Palavra deve ser como em Maria: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra” (Lc 1,38).

4º passo contemplatio:

Rezar o texto – As palavras não são necessárias. Basta o silêncio oracional; entregar-se a Deus; permitir que seja Ele a agir.

Como devo viver esta Palavra? Como assumir a mensagem na prática? A Palavra propõe um compromisso com o irmão nas circunstâncias do cotidiano: na comunidade, no ônibus, na vizinhança, na família, etc. Começar a ver o mundo com os olhos de Deus.

Agora, do que foi lido, resuma tudo numa palavra ou frase e leve-a consigo durante o dia.

  1. b) Oração – Enriquecer este momento de oração com um Salmo ou repetir a letra de uma música que ajude a coroar este encontro com Deus.

 

Bibliografia

ATUALIZAÇÃO LITÚRGICA 2/Associação dos Liturgistas do Brasil; coordenação de Thiago Faccini Paro. São Paulo: Paulus, 2019. Coleção Atualização Litúrgica.

BENTO XVI. Exortação Apostólica Pós-sinodal Verbum domini. São Paulo: Paulinas, 2010.

BÍBLIA DE JERUSALÉM

BOSELLI, Goffredo. O sentido espiritual da liturgia. Brasília: Ed. CNBB, 2014.

BUYST, Ione. A palavra de Deus na liturgia. São Paulo: Paulinas, 2009.

CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia. In: Documentos do Concílio Vaticano II. São Paulo: Paulus, 1997.

CONGREÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS/Introdução ao Lecionário da Missa. Brasília: Ed. CNBB, 2008.

JUSTINO DE ROMA. I e II apologias: Diálogo com Trifão. São Paulo: Paulus, 1995 (Patrística).

PIMENTEL, Marcio. Palavra do Senhor! Graças a Deus. In: Revista de Littrugia. São Paulo, ano 46, nº 272, março/abril, 2019.

SECRETARIADO NACIONAL DE LITURGIA. O livro do leitor. 2 ed. Fatima-Pt. 2015.

 

Sami N. Abraão – Agente de Pastoral do Santuário São Judas Tadeu

1 Comentário
  • Maria Alda Fragoso Colmanette
    Postado em 01:11h, 28 junho Responder

    Texto de Sami Abraão,perfeito para reflexão sobre a Palavra de Deus e como chegou atê nossos dias,através de Jesus ,e seus amigos,, ,Apóstolos,Discípulos e ,especialmente ,os Evangelistas,sempre inspirada pelo próprio Deus.. Coloca que na Celebração Eucarística,duas mesas são colocadas::A do Pão e do Vinho ( Tansformados emCorpo e Sangue de Jesus alimento propriamente dito e a mesa da Palavra,tambêm alimento,espiritual…Bom,também recordar os passos da leitura orante,essencial para real aproveitamento do que se lê e para uma oração frutuosa.

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