07 jun Autocuidado: somos templos do Espírito Santo!

Diversas são as palavras iniciadas pelo prefixo “auto”. O prefixo “auto” é derivado do grego e tem como significado “si próprio” e “si mesmo”, e de acordo, com o dicionário da língua portuguesa, um dos significados de “cuidar” é tratar da saúde, assim este significado junto do significado de auto é o que trabalharemos aqui, ou seja, o autocuidado.

Complementando a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), diria que saúde não é só “um estado de completo bem-estar, sendo este físico, mental e social, portanto, não é meramente ausência de doença ou enfermidade” como eles definem, mas saúde é um completo bem-estar físico, emocional, social e espiritual.

A ação de cuidar de si próprio é feita a partir da percepção e reconhecimento de suas emoções, sentimentos, sensações espirituais e físicas, ou seja, suas necessidades totais, sendo que quanto antes iniciamos estas ações, mais rapidamente isto se torna um hábito em nossas vidas, assim isso deve ser feito sempre, em nossa infância, juventude e velhice.

Todas estas percepções e constatações advém de nossa Saúde Mental, sendo que a OMS declara que não existe um conceito oficial para Saúde Mental, entretanto afirma que o termo “Saúde Mental” se relaciona com a maneira como reagimos às exigências, desafios e mudanças na vida, como harmonizamos ideias e emoções, gerando um bem-estar no qual o ser humano possa lidar com o seu cotidiano, com fatores estressores, com seu trabalho, sua comunidade e sua fé.

Tendo compreendido todos estes fatores, e considerando o ser humano como um sujeito biopsico-emocional-social-espiritual, poderíamos dizer que existem cinco grandes tipos de autocuidado, classificados como: Autocuidado Psicológico, Autocuidado Emocional, Autocuidado Físico, Autocuidado Social e Autocuidado Espiritual; sendo que, para facilitar a maneira como podemos realizar o autocuidado, a seguir serão oferecidas sugestões de como isso pode ser feito.

Autocuidado Psicológico: Aqui é possível buscar novas áreas de conhecimento; fazer boas leituras; respeitar seus limites e dizer não quando for necessário; vivenciar e realizar atividades artísticas e jogos, mantendo sua mente atualizada; e principalmente observar, sentir, expressar e perceber suas emoções, pensamentos, sentimentos, atitudes e reações.

Autocuidado Emocional: Diria que nesta categoria o principal é saber se perdoar e se aceitar, além disso, ser corajoso, resiliente e positivo; elogiar e amar a si próprio; acolher suas necessidades emocionais; manejar seu estresse; ter tempo de qualidade com as pessoas que gosta; frequentar lugares que gosta, tendo momentos de descanso e relaxamento; reviver e recordar bons momentos e lembranças; e claro, buscar ajuda profissional ao notar fragilidades com as quais não sabe lidar.

Autocuidado Físico: Estes são os cuidados mais popularmente conhecidos, dentre os principais está, se hidratar; ter noites tranquilas de sono; ter refeições regulares e com adequados valores nutritivos; se exercitar ao menos três vezes na semana; usar roupas que goste e que sejam confortáveis; ter momentos de descanso e relaxamento; e um dos pontos principais desconectar-se de tecnologias ao menos uma hora antes de dormir; cuide também de sua pele, unhas e cabelos.

Autocuidado Social: O autocuidado social certamente o ajudará no autocuidado emocional e psicológico com todo prazer que propicia, você pode conversar com amigos; ter pausas em sua jornada de trabalho ou estudos; identificar o que lhe interessa e gratifica, e depois o realizar; saber pedir e oferecer ajuda; dividir adequadamente suas atividades ao longo do dia para não se sobrecarregar; e não esqueça de saber ouvir e procurar sempre ser ouvido, mantendo relações saudáveis.

Autocuidado Espiritual: Chegamos ao autocuidado que conforta o coração, aqui você deve encontrar tempo para refletir (meditar) e se conectar com Deus; ter momentos de conexão com a natureza, que é obra de Deus; viver com esperança e otimismo, fé; encontrar momentos de conexão espiritual com sua comunidade; estar disposto a sempre aprender, lembrando que nem sempre é possível ensinar, e não esqueça de ter momentos de contemplação e oração.

Por fim, a grande sugestão que ofereço é que se recorde que a primeira Carta de Coríntios nos diz que: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm” (1 Cor 6, 12), e completa nos esclarecendo que, “não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1 Cor 6, 19-20), desta maneira, podemos compreender que o autocuidado nos faz termos zelo com nosso corpo que é templo do Espírito Santo.

Monise Mattioti, Psicóloga Clínica Especialista em Ergonomia @psimonisemattioti