22 mar A unidade, no combate à pandemia e na CF Ecumênica 2021
O ano começa com muita esperança, pois existem várias realidades novas no horizonte da humanidade. A pandemia tem mostrado as várias faces da humanidade, uma vez que a tem colocado em situações de limites extremos.
Em momentos de tribulações, as experiências são marcantes e levam as pessoas a reverem seus conceitos e formas de ver a realidade. A mudança é a marca predominante nos momentos em que a humanidade passa por grandes sofrimentos. Esta transformação tende a levar a situações de maior equilíbrio, pois os excessos são eliminados no processo de discernimento sobre o que deve ser lembrado e o que deve ser esquecido.
Na Quarta-feira de Cinzas a Igreja no Brasil, através da CNBB promove a abertura da Campanha da Fraternidade, que em 2021, tem como elemento norteador a reflexão sobre a necessidade de, através do diálogo, promover o compromisso do amor.
Dialogar não é uma ação muito fácil, pois requer que as partes envolvidas saibam equalizar as diferenças para que o resultado não seja um pensamento fragmentado e que não leva à comunhão. A unidade é uma grande meta para quem deseja conquistar a vida eterna em Deus, pois Ele é o referencial da unidade. Não podemos esquecer que as divisões acontecem no tempo e que fora dele é complicado construir uma reflexão, uma vez que estaremos sempre presos à circunstancialidade da vida que acontece em um espaço especifico do tempo.
O texto base desta Campanha tem causado polêmicas que, em muitas expressões partilhadas, demonstram um certo grau de exagero no afinco para o combate, contudo, este mesmo exagero também é expressado sob a ótica daqueles que pretendem conduzir a reflexão. O momento deve ser de reflexão e postos os devidos questionamentos, dar a oportunidade para que Deus fale à consciência de cada cristão de modo e emitir seu juízo pessoal.
A religião se propõe a ser um caminho que conduz o ser humano para a presença de Deus e, como todo caminho, deve possuir dois limites que garantem a caminhada. Qualquer caminho é delimitado por uma linha à esquerda e outra à direita. Estes limites que delimitam o caminho não se encontram e servem como marco referencial para quem está caminhando. Assim sendo, para superar o que divide ou distancia, só o que nos une, seja na sociedade ou na fé, deve ser a busca sincera e coerente da vontade de Deus.
Que a unidade no combate à pandemia possa nos levar a unidade proposta pela Campanha de Fraternidade.
Pe. Daniel Ap. de Campos, scj
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