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A presença dos avós enriquece a espiritualidade da família!

No rosto envelhecido e enrugado pelo trabalho e pelo tempo, devemos descobrir e amar o rosto divino de Cristo, a beleza da imagem de Deus, que somos.

Missa pelas octogenárias no Santuário em 2019

No dia 26 de julho, celebramos na liturgia São Joaquim e Sant’Ana, pais da Virgem Maria, avós maternos do Menino Jesus, e comemoramos o “DIA dos AVÓS.” A sabedoria e experiência dos avós, acumuladas durante a vida, sempre são bem-vindas e edificantes na família, junto aos filhos e netos. A presença e testemunho de vida dos avós enriquecem a espiritualidade da família.

A comemoração do “DIA dos AVÓS,”  nos oferece uma oportunidade para falar sobre a presença do idoso na família, sem afirmar que todos os avós são idosos, mas caminham nesta direção e lá chegam antes dos filhos e netos…

Dados estatísticos mostram que a expectativa de vida do brasileiro se alonga, segundo pesquisas do IBGE. No presente momento, talvez haja mais de 30 milhões de idosos no Brasil.

O tempo da “cadeira de balanço,”  a fase do “ tricô e do crochê,” já era há muito tempo… Hoje o idoso participa de atividades, programas,  muda de atitudes e hábitos, controla alimentação, vive a terapia ocupacional, e ainda tem a seu favor o “Estatuto do Idoso,” que prevê garantias, direitos, melhorias de vida. Há tratamentos especiais com espaços e filas para atendimento de idosos. Muitos idosos frequentam a “Universidade de 3ª Idade,” participam de danças de salão, trabalham como voluntários em instituições beneficentes e filantrópicas. A população idosa merece ser ouvida e atendida em seus direitos, necessidades e reivindicações.

Que os “Grupos de 3ª Idade” se multipliquem, acolhendo idosos, valorizando-os pela experiência de vida que têm, pelo que são, por tudo quanto fizeram. Cabe ao idoso cuidar da saúde, procurando alimentação sadia, modos de vida saudáveis, caminhadas e atividades oportunas. Envelhecer é uma arte, é um desafio. Convém aprender e educar-nos para envelhecer. A população idosa é portadora do patrimônio histórico e cultural da sociedade. Ela tem sabedoria e experiência a oferecer para todos. Aprendamos lições na escola do idoso.

Impressiona como há surpreendentes atitudes de discriminação, preconceitos e segregação de idosos por parte de jovens, de profissionais, de empresas… E por incrível que pareça, pelos próprios idosos, que não se aceitam, se isolam, se sentem deprimidos… Até há idosos abandonados pelos próprios filhos e largados em “Casas de Repouso!…” Que falta de humanidade!

Nunca se deve “infantilizar” o idoso. Ele não volta a ser criança. É uma fase da vida, como a infância e adolescência. É a real fase rotulada de “melhor idade” ou “3ª idade.” A vida é uma eterna aprendizagem, sem data e idade marcadas para concluir e encerrar. No rosto envelhecido e enrugado pelo trabalho e pelo tempo, devemos descobrir e amar o rosto divino de Cristo, a beleza da imagem de Deus, que somos. Que envelheça, vivendo a beleza da vida, e não viva envelhecendo! Acrescentando mais qualidade de vida aos anos, do que anos à vida. Cabe integrá-lo na família, na comunidade, na Igreja, na sociedade. Ele tem muito a oferecer e ensinar a todos, é a memória histórica da família e da comunidade.

No modelo econômico neoliberal, que supervaloriza o lucro, a produtividade, o consumo e a eficiência, o idoso é considerado frequentemente um inútil, um peso para família, um improdutivo para sociedade, uma mercadoria descartável. Seu abandono no Brasil se evidencia na precariedade dos serviços e programas sociais e de assistência à saúde. O idoso é mais vulnerável às doenças, à dependência de outras pessoas, ao sentimento de solidão, ao senso de inutilidade, a falhas na visão, lapsos de memória. São limitações próprias da idade.

Envelhecendo, a memória também envelhece. No sentido popular, a memória é um grande “armário,” onde guardamos, armazenamos e arquivamos todas as informações e experiências vividas, ao longo da vida. Esse banco de dados, que se localiza e funciona no cérebro, deve ser exercitado para melhorar o desempenho da memória. Eis porque, é preciso aprender, saber conviver e lidar com possíveis falhas de memória.

Com o alto índice de separações de casais, acrescido da taxa de desemprego, cria-se um quadro de verdadeira asfixia econômica, um colapso na família… e aí o idoso (vô, vó, tia…) supre com seus parcos rendimentos e pequenas reservas, as necessidades de filhos e netos…

Finalizo minha modesta partilha, esperando que todos possamos ser portadores de uma mensagem de vida, dignidade, esperança e otimismo para os idosos do nosso Brasil, ao comemorarmos o “DIA DOS AVÓS.”

Parabéns, e nosso carinho, admiração e respeito aos AVÓS, hoje e sempre!

Pe. Aloísio Knob, scj

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